Número de trabalhadores imigrantes no Brasil dobra em cinco anos

O número de trabalhadores imigrantes no mercado de trabalho formal brasileiro mais do que dobrou em cinco anos. Passou de 54.333 em 2010, para 125.535 em 31 de dezembro de 2015, um aumento de 131,1%.  Apesar do crescimento significativo, eles correspondem, ainda, a menos de 0,5% da força de trabalho formal.  O dado consta do Relatório Anual 2016 – a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro, produzido pelo Observatório das Migrações Internacionais, em parceria com Conselho Nacional de Imigração (CNIg) do Ministério do Trabalho e a Universidade de Brasília (Unb).

O documento tem como referência os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O estudo foi analisado pelos técnicos dos órgãos envolvidos na última quarta-feira (7) durante a 3ª Conferência Nacional de Produtores e Usuários de Informações estatísticas, Geográficas e Ambientais, organizada pelo IBGE, no Rio de Janeiro para posteriormente ser divulgado pelo Ministério do Trabalho.

Segundo os dados do relatório, o crescimento foi maior entre os homens (145,6%) e um pouco menor entre as mulheres (98,5%). Os haitianos continuam sendo os trabalhadores imigrantes com maior presença no mercado formal de trabalho brasileiro. Sua população passou de 815 em 2011, para 33.154 em 2015. Neste período, além dos haitianos, novas nacionalidades passaram a integrar o mercado de trabalho como colombianos, equatorianos, peruanos, venezuelanos, russos, indianos, paquistaneses, bengalis, angolanos, congoleses, ganeses, senegaleses e sul-africanos.

O presidente do CNIg, Paulo Sergio de Almeida, chama atenção para uma peculiaridade: a crise econômica que gerou desemprego no país demorou mais para atingir os imigrantes. “Ao contrário de outros países do norte global, onde a crise econômica afetou primeiramente os imigrantes, no Brasil isso aconteceu apenas a partir dos últimos meses de 2015, um quadro que segue em 2016. Isso sinaliza que os imigrantes começaram a ser afetados também com a perda de emprego”, avalia.

As regiões que registraram maior aumento no número de imigrantes no mercado formal foram Sudeste e Sul. São Paulo é o principal estado, com 35,8% da força de trabalho imigrante. Em seguida vêm Paraná (12,9%), Santa Catarina (12,8%), Rio Grande do Sul (10,0%) e Rio de Janeiro (9,8%).

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

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