QUEM TEM FOME NÃO PODE ESPERAR – ANO II

Há pouco mais de um ano realizamos uma campanha para a arrecadação de alimentos, relembre aqui. O momento era um dos mais dramáticos da pandemia, pois nos encontrávamos em uma severa escalada de mortes, após o retardamento injustificado de instauração de um plano de vacinação contra a Covid-19.

A grave crise sanitária carregou consigo e, não por acaso, desnudou a grave crise econômica e a galopante desigualdade social que o Brasil vive, especialmente, desde o segundo semestre de 2016.

Em decorrência da campanha então realizada, com o compromisso por nós assumido “sua doação vale o dobro” arrecadamos pouco mais de 5 toneladas de alimentos e, diante do mote da campanha, que o Escritório doaria o dobro, alcançamos a marca total de 12 toneladas de alimentos doados e destinados a mais de 500 famílias, complementando, portanto, mais do que o dobro arrecadado, com o compromisso por nós assumido. 

Superado o momento mais dramático da pandemia, um legado trágico com mais de 650 mil mortes, nos deparamos com o redesenho do mapa da fome no Brasil. O país que se trata de um dos maiores produtores agrícolas e pecuários do mundo apresenta hoje mais da metade de seu povo (125,2 milhões) em situação de algum nível de insegurança alimentar. Dentro deste número, cerca de 33,1 milhões de pessoas sem saber se farão uma refeição no dia seguinte, ou quando será sua próxima refeição (entre insegurança alimentar moderada e grave).1

A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora na crise econômica, o aumento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 mantiveram mais da metade (58,7%) da população brasileira em insegurança alimentar, nos mais variados níveis de gravidade. 2

Os dados trazidos são mais do que alarmantes; são aterrorizantes e, infelizmente, revelam a necessidade de ações, humanas, para suprir a evidente e proposital ausência de políticas públicas destinadas à população em condições de vulnerabilidade e, especialmente, hoje (e desde o segundo semestre de 2016) em acentuada crise alimentar, em razão da ascendente escalada da fome.

H2 – Quem tem fome não pode esperar

Por isso, agora no ano de 2022 lançamos a campanha QUEM TEM FOME NÃO PODE ESPERAR – ANO II, com idêntico propósito, de destinação de alimentos para comunidades em condição de vulnerabilidade e em situação de insegurança alimentar. Da mesma forma, nossa campanha seguirá a mesma linha, com a dobra da quantidade arrecadada, pelo nosso escritório.

O mapa da fome no Brasil não surgiu ao acaso, mas decorre do estrangulamento, da asfixia e da destruição de programas sociais, de inclusão social, econômica e, assim, de alimentação.

Nesse campo, cabe, ao menos agora, que possamos, por meio de ações em conjunto com organizações da sociedade civil, que contam com o nosso apoio, minimizar os danos causados por políticas públicas que atuam contra a população pobre e vulnerável.

A fome é uma criação (des) humana. A fome não decorre da ação da natureza. A única ação natural que podemos aceitar é buscar a sua eliminação. Agora, com assistência e ajuda, no futuro, esperamos, com a ação de um governo que não fomente a morte.

Como participar da nossa ação:

Vamos receber alimentos (não perecíveis), entre os dias 22/06/2022 e 06/07/2022, na sede do escritório, na Alameda Augusto Stellfeld, 1157, centro de Curitiba, das 9h às 17h.

Ação

O escritório irá adicionar às doações recebidas a mesma quantidade em quilogramas, ou seja, dobraremos o que recebermos e serão destinadas às famílias em condições de vulnerabilidade e de insegurança alimentar em comunidades a serem indicadas pelo IDP – Instituto Democracia Popular, novamente nosso parceiro nessa ação de solidariedade e pela vida.   

  • Ocupação CIC
  • Ocupação MTST – Povo sem Medo 
  • Ocupação MTST – Marielle Franco 

1 https://olheparaafome.com.br/

2 https://olheparaafome.com.br/