Citrosuco é punida em R$ 5 mi por trabalho degradante

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Sorocaba ingressou com ação civil pública contra a Citrosuco pedindo que a empresa forneça condições dignas de trabalho e moradia aos trabalhadores rurais contratados por ela por intermédio de “gatos”. O MPT também pede a condenação da empresa ao pagamento de indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos. 

O procurador Gustavo Rizzo Ricardo, autor da ação civil pública, flagrou alojamentos de colhedores de laranja no bairro Bom Retiro, em Itapetininga, em condições degradantes: os migrantes vindos do Piauí para colher laranja em propriedade rural da empresa em Itapetininga (num total de 76 pessoas, divididas em cinco alojamentos) dormiam em colchões com baixa densidade, sem roupa de cama, sem armários (roupas eram armazenadas sobre as beliches) e com alimentação precária. Testemunhas de uma ONG que estava ajudando de forma voluntária os migrantes disseram que eles comiam apenas arroz, e que o pouco alimento ficava estocado no chão. 

Os trabalhadores também relataram o frio que sentiam no local, já que não lhes era fornecido cobertor ou roupas de frio. “A situação relatada beirava o trabalho análogo à escravidão, com trabalhadores trazidos do Nordeste de forma irregular, que estavam passando fome, alojados em casas sem colchões, sem roupa de cama, sem cobertores e roupas de frio, ou seja, sem qualquer dignidade”, afirma Rizzo Ricardo. 

A Polícia Federal de Sorocaba deve abrir inquérito para apuração dos crimes de aliciamento.

Fonte: DCI

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